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Bonde

Seminário técnico realizado pela AMAST conclui que bondes preservados e revitalizados são a melhor opção para o bairro e podem voltar a circular bem antes de um ano

Os engenheiros, técnicos, empresários industriais e moradores presentes no seminário “Engenharia Nacional, Memória Técnica e Capacitação Industrial face à restauração do Sistema de Bondes de Santa Teresa”, realizado ontem, dia 26 de setembro, no auditório do Parque das Ruínas, concluíram que dispomos da memória técnica, capacitação da indústria nacional e competência da Engenharia Brasileira para garantir a recuperação dos bondes nos termos em que foram tombados pelo INEPAC (Instituto Estadual de Patrimônio Cultural), ou seja, não só com seu formato, mas seguro enquanto sistema, com seus mecanismos tradicionais.

De acordo com vários dos especialistas presentes, com a manutenção em dia, o bonde histórico é seguro, possui sistema de freios adequado e está plenamente adaptado à topografia de Santa Teresa. O fórum foi unânime em afirmar que o prazo de um ano, sem perspectivas de restabelecimento do serviço, é o caminho do Estado para devolver um modelo de operação voltado para o turismo, privatizado e em prejuízo dos usuários do bonde e dos trabalhadores que já têm seus empregos ameaçados. [pullquote]Luiz Cosenza, do Crea-RJ, afirmou que basta uma decisão política de Cabral para os bondes voltarem progressivamente a circular em Santa Teresa.[/pullquote]

Um representante da indústria nacional, o empresário mineiro Joaquim Rezende, dono da GK Industrial, afirmou que sua empresa e várias outras têm plenos meios de fornecer as peças necessárias para recuperar o Sistema de Bondes de Santa Teresa, atendendo as requisitos de seu tombamento. “Temos condições de produzir todas as peças para recuperarmos os bondes tradicionais”, afirmou ele, visto que se trata de uma tecnologia antiga. O empresário se prontificou a relacionar contatos de outros fabricantes para se integrarem à lista dos fornecedores, a fim de que o Estado possa cumpra imediatamente a decisão judicial, recentemente confirmada pelo 3º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça, e coloque os bondes tradicionais para funcionarem no bairro em prazo razoável, com total segurança.

Os participantes lotaram o auditório, cujos cem lugares não foram suficientes, para todos os presentes. O movimento “O bonde que nós queremos” ganhou adesões e promete se ampliar para tornar-se uma consulta popular, a fim de que os mais de 40 mil moradores de Santa Teresa expressem sua vontade sobre o bonde.

Entre os presentes, estava o deputado estadual Marcelo Simão, presidente da Comissão de Transportes da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, que admitiu pressões do Governo do Estado contra a convocação do Secretário de Transportes, Julio Lopes, para depor em Audiência Pública, esclarecendo a negligência, o abandono e a má-aplicação de verbas pelo Governo Cabral no Sistema de Bondes de Santa Teresa.

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