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Bonde

Bonde português anunciado por Cabral custa o dobro do nacional

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Carris, que dá consultoria ao governo estadual, está acabando com linha de bondes em Lisboa

Quando assinou o contrato com a empresa Carris de Lisboa,  Cabral anunciou que os bondes “modernizados” custariam 5 milhões de reais, deixando a população de Santa Teresa perplexa, tanto por ter passado por cima das negociações com os moradores, como pelo elevado valor anunciado.

Para demonstrar que a engenharia e a indústria nacional tinham soluções para a recuperação do bonde antigo, atendendo tanto as exigências de segurança como o tombamento do Inepac, em 26 de setembro, a AMAST organizou o “Seminário Engenharia Nacional, Memória Técnica e Capacitação Industrial face à restauração do Sistema de Bondes de Santa Teresa”, que reuniu especialistas na área, como Fernando McDowell,  entidades representativas como o Crea-RJ, Clube de Engenharia e Sindicato dos Engenheiros e empresários.

Cerca de dois meses após o seminário, a AMAST conseguiu obter um valor aproximado de quanto custaria um bonde nos moldes tradicionais, se ele fosse recuperado pela indústria nacional e com algumas adaptações para aprimorar a segurança: menos do R$ 2,5 milhões, ou seja, menos da metade dos valores do bonde português.

Esta informação relativiza tanto o prazo anunciado pela CENTRAL para trazer os bondes de volta ao bairro, lá por 2014, como os valores totais de uma reforma que pretende inclusive, contrariando toda a linha do tombamento do bonde, “quebrar toda Santa Teresa”.

Além de demitir 12 experientes funcionários que detinham a memória técnica do bonde,   ter vendido como sucata as peças dos bondes antigos transformados em VLTs, ao anunciar um acordo com a empresa Carris de “eléctricos”, de Lisboa, o Governo Cabral joga o Sistema de Bondes de Santa Teresa para um futuro incerto. Ao saberem do acordo do governo do  Rio de Janeiro com a Carris, vários cidadão portugueses entraram em contato com a AMAST para denunciar as práticas desta empresa, contratada como consultora pela Central Logística, empresa estadual  que administra o bonde.

Lá em Lisboa, estes cidadãos estão  fazendo um movimento contra a desativação da linha 18E, que atendia tanto os moradores como os turistas desta região, tal qual o Bonde de Santa Teresa. A petição on line deles afirma que Os eléctricos são um meio de transporte ecológico, uma das maiores atracções turísticas da cidade e um símbolo de Lisboa. O fecho da carreira 18 é um atentado ao património cultural e histórico de Portugal.” Mudando de “elétricos”  para “bonde”, esse manifesto é igual às inúmeras petições divulgadas pela Amast nos últimos anos

Essas iniciativas do Governo Cabral demonstram seu interesse em desmanchar não só o patrimônio cultural tombado como a memória viva do bonde em Santa Teresa.

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