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AMAST

SÍNTESE DA REUNIÃO COM CARLOS OSÓRIO, NOVO SECRETÁRIO ESTADUAL DE TRANSPORTES

BONDEPOPULAR

SÍNTESE DA REUNIÃO COM O SECRETÁRIO ESTADUAL DE TRANSPORTES, CARLOS OSÓRIO, E EQUIPE, REALIZADA NO PARQUE DAS RUÍNAS, NO DIA 30 DE JANEIRO DE 2015, ÀS 10:00 HORAS DA MANHÃ
A reunião começou pontualmente na presença de aproximadamente 50 pessoas entre comerciantes do bairro, lideranças de Comunidades de Morro, associados e diretores da AMAST, artistas locais, técnicos do Consórcio AZVI-ELMO, equipe da SETRANS, entre outros.

O Secretário Carlos Osório veio substituir Júlio Lopes, na Secretaria de Transportes do governo de Luiz Fernando Pezão.
SÍNTESE DA FALA INTRODUTÓRIA DO SECRETÁRIO CARLOS OSÓRIO

O Secretário informou que, a partir de agora, a secretaria responsável pela implantação do novo Sistema de Bondes de Santa Teresa é a SETRANS e não mais a Casa Civil.
Disse que entende ser sua missão entregar a Santa Teresa e à Cidade do Rio de Janeiro o Sistema de Bondes funcionando adequadamente.
Diz que veio ouvir os moradores, conversar, para fazer as correções de rumo que se façam necessárias. Reconheceu que a obra tem problemas, inesperados, que não foram vistos com o devido detalhe antes da sua contratação.
Considera que hoje a obra vive problemas por conta de uma contratação que estava aquém da necessidade e do escopo da obra e, como exemplo, deu destaque a falta de coordenação e articulação com a CEDADE.
A obra hoje depende da CEDAE andar na frente para a obra andar atrás. A CEDAE não consegue avançar com a devida celeridade porque não tem um contrato específico para esta obra de Santa Teresa. Está fazendo a obra com recursos próprios e com funcionários da própria empresa, quando o correto teria sido a CEDAE licitar os trabalhos e contratar uma empresa para fazer o que ela agora está fazendo na base do possível, do entusiasmo, do jeito que der.
Os canos e dutos às vezes faltam, as máquinas são emprestados ao Consórcio. Encontrou-se um “jeitinho” para tocar a obra, mas é um “jeitinho” que não está funcionando.
Informou que esteve com o novo presidente da CEDAE, que esteve com o governador e que este ligou para o novo presidente da CEDAE, buscando uma maneira de fazer com que o ajuste entre a obra do bonde e a CEDAE se dê da melhor maneira.
O presidente da CEADAE teria assumido o compromisso de dar força para que a obra avance o mais rapidamente possível.
Esse não é o único problema, mas o Secretário considera que é o principal problema e que traz insatisfação e desconforto aos moradores e a sensação de uma obra que não anda, que patina e não sai do lugar.
Afirmou que serão tomadas medidas para mitigar o impacto da obra.
Apresentou sua equipe:

Bernardo Coelho – Subsecretário
Felipe Michel – Será responsável por acompanhar o dia-a-dia da obra e manter o diálogo com os moradores.
Roberto Marques – Novo presidente da CENTRAL
Mariana Jucá – Assessora de comunicação da SETRANS
Breno – Que negocia com as cooperativas de Taxi

Garantiu que a obra será tocada até o fim. Ou seja, até o Silvestre e o Largo das Neves. “O bonde não será cortado pelo meio. Não será interrompida no Guimarães ou no Largo das Neves. Vamos sofrer até o último dia, mas vamos entregar.” , disse. “É isso que quer o Governador e é isso que será feito.”
Disse que as oficinas da Carlos Brant já estão prontas para receber os novos bondes e que o que falta é completar a troca de trilhos.
Informou que a nova Sub-Estação Elétrica já está funcionando e que o objetivo atualmente é completar o trecho Carioca – Oficinas da Carlos Brant.
Informou que 5 bondes estão prontos na Estação Nelson, e um está pronto em Três Rios. Informou também que orientou a TTRANS para que interrompe-se a montagem de mais bondes, enquanto não houver um trajeto suficientemente longo para que possam circular.
Afirmou que o que ele mais deseja é colocar os cinco bondes para rodar no trecho Carioca-Curvelo. “Os motorneiros estão sendo treinados e tudo está sendo feito para que se possa colocar alguma coisa para rodar”. Afirmou:

– “ … A minha maior aflição agora é botar alguma coisa desses bondes rodando. Não em operação plena, comercial, mas eu quero combinar com vocês alguma coisa…ver com vocês, o que vocês acham da gente estabelecer um objetivo da gente ter alguma coisa circulando em um trecho, para que Santa Teresa possa, sentir de volta, parcialmente, timidamente, de maneira incompleta, mas ter um sentimento de que, enfim, tem vida novamente nos trilhos de bonde de Santa Teresa. Essa é minha angústia maior no momento, aproveitando que nós temos cinco bondes prontos para operar. Liga a chave e vai funcionar e vai rodar.”
“Quero pedir desculpas aos moradores de Santa Teresa. A obra está demorando muito mais que deveria ter demorado. Acho que nós, Estado do Rio de Janeiro, ainda não estamos com o avanço da obra que ela deveria ter. E nós devemos desculpas aos Senhores. Eu vim aqui, oficialmente, eu represento o Governador do Estado, para pedir desculpas ao morador de Santa Teresa. É objetivo nosso, meta nossa, desejo nosso, botar esse sistema para rodar no prazo mais rápido possível. Ouvindo vocês, trabalhando com vocês. Não vamos concordar em tudo, não é possível que tenhamos todas unanimidades, mas vocês terão na minha pessoa alguém que quer realizar. Temos que encontrar caminhos, para encurtar os nossos caminhos. “
Na sequência do Secretário Carlos Osório, vários moradores de Santa Teresa se manifestaram, colocando as mais diversas questões. Entre as pessoas que pediram a palavra:

Valdir Carneiro – Fallet
Jacques Schwarzstein
Paulo Saad
Alvaro Braga
Alvanísio Damasceno – Carmelitas
Graça Almeida – Joaquim Murtinho
Jucinei Batista – Cultivar
Cristiano SIlva, Chefe da Segurança do Hotel Santa Teresa
Flávio Mazzaro – Fallet
Claudia Schuch
Nilce Azevedo
Vitor Damado

Muitos foram os pontos levantados, que não cabe enumerar aqui.
Na medida em que as falas iam sendo feitas, o Secretário comentava algumas delas, assumindo os compromisso que seguem:
COMPROMISSOS ASSUMIDOS PELO SECRETÁRIO ESTADUAL DE TRANSPORTES, CARLOS OSÓRIO

Sobre a necessidade de realizar um inventário criterioso do acervo de bondes antigos, ferramentas, maquinário e demais apetrechos abrigados nas oficinas da Rua Carlos Brant:
O Secretário comprometeu-se a promover a realização do dito inventário com o cuidado e a qualidade exigidos tratando-se de acervo histórico e de bens tombados. Comprometeu-se a garantir que a realização do mesmo seja acompanhada por moradores. Responsabilizou pela coordenação do trabalho, Roberto Marques, novo presidente da CENTRAL.

Sobre a necessidade de se realizar um estudo da demanda por transporte público prevalente em Santa Teresa, nos diferentes horários, nos diferentes sentidos e nas diferentes linhas:
O Secretário solicitou a Roberto Marques que faça o levantamento dos estudos existentes, para que se possa avaliar a necessidade de realizar estudos complementares que possam dar conta da situação atual.

Sobre a necessidade de se elaborar um plano integrado de transporte público para o bairro, ampliando ao máximo o número de bondes e sua capacidade, reduzindo ao máximo o número de ônibus em circulação e incluindo as vans responsáveis pela mobilidade ao longo das transversais que levam a outros bairros (Glória, Laranjeiras, Catumbi,etc):
O Secretário concordou com a necessidade de sua elaboração e encarregou Roberto Marques de coordenar o esforço.

Sobre a necessidade de ouvir os moradores e aproveitar o conhecimento acumulado pelos mesmos ao longo do processo de implantação do novo Sistema de Bondes de Santa Teresa:
O Secretário concordou com a importância de se aproveitar a experiência e o conhecimento dos moradores e solicitou a Roberto Marques, a formação de um Grupo de Trabalho que inclua técnicos da Central, da SETRANS e da AMAST.

Sobre a necessidade de criar canais de diálogo permanentes entre as empresas responsáveis pelas obras e os moradores:
O Secretário concorda com essa necessidade e indica Felipe Michel, de sua equipe, como interlocutor permanente que se fará presente no bairro com a devida frequência, para garantir esse diálogo, assim como a mitigação dos impactos da obra sobre a vida dos moradores, o respeito a todas as cláusulas previstas pela licitação e pelo contrato e, também, a qualidade da obra. Questões como a do aumento da impermeabilização do solo em contexto de aumentos de mudanças climáticas, acompanhamento e controle de vazamentos de água e gás, desaparecimento do meio-fio, etc, nos preocupam.
6. Sobre a necessidade de se garantir que:
o novo Sistema de Bondes de Santa Teresa seja prioritariamente estruturado e operacionalizado como meio de transporte público para os moradores.
sua tarifa permita que todos os moradores que dependem do transporte público – em especial os moradores das Comunidades de Morro do bairro – usem quotidianamente o sistema de bondes de Sta. Teresa como meio de transporte coletivo de passageiros.
no Bonde popular o visitante será tratado como qualquer outro usuário, gozando da mesma tarifa e condições de segurança e qualidade da prestação do serviço que nos for oferecida, o Secretário declarou o seguinte:

“Santa Teresa não é Disney. Nós não queremos um serviço de Disney para turistas. Quem quiser Disney pega o avião e vai para Orlando. Aqui é o Rio de Janeiro e o charme de Santa Teresa é o espírito de Santa Teresa. O turista virá a Santa Teresa se o morador de Santa Teresa estiver usando o bonde, se o bonde estiver na alma, estiver na cultura do bairro, ele vai curtir e ele vai utilizar esse meio de transporte, t a m b é m! Vocês podem ter certeza absoluta. Não tem aqui nenhuma visão de criar uma atração turística, de bondinho de Pão de Açúcar. A gente quer um sistema de bondes que tenha as características do bairro, que atenda as nossas comunidades, que tenha um viés de transporte e o turista virá normalmente para curtir o ambiente de Santa Teresa, como os moradores vão utilizar.”

Sobre as dificuldades dos moradores com taxis que se recusam a subir Santa Teresa:
O Secretário indicou Breno Vidal, integrante de sua equipe, para conversar com as cooperativas de taxi sobre o assunto.

Sobre a necessidade de se colocar em operação provisória os cinco bondes que estão na Estação Motorneiro Nelson, na Carioca:
O Secretário sugere que sua equipe elabore uma proposta de “Operação Assistida”, em horários que não sejam de pico e de baixa intensidade, para que se possa começar a acumular alguma experiência com os novos veículos. Garante que a proposta elaborada por sua equipe será submetida à apreciação dos moradores, que também poderão apresentar as suas propostas para a devida negociação de um formato final. O Secretário garantiu, além disso, que todos os testes, de segurança e outros, que se fazem necessários, serão concluídos, de acordo com as melhores práticas de segurança nesta área.

Sobre a necessária coordenação com a Secretaria Municipal de Transportes e CET- Rio e sobre a instalação de um sistema de controle de velocidade (pardais) dos ônibus:
Carlos Osório se comprometeu a conversar com o novo Secretário Municipal de Transportes, Rafael Pisciani e a articular uma reunião do mesmo com as associações de moradores das Comunidades de Morro de Santa Teresa e a AMAST.

TÓPICOS ABORDADOS, QUE NÃO FORAM SUFICIENTEMENTE DEBATIDOS E DEMANDAM UM POSICIONAMENTO OFICIAL DA SECRETARIA ESTADUAL DE TRANSPORTES

Restauro e destino dos bondes históricos pertencentes ao Sistema. Há que se realizar o inventário e estudar, exaustivamente, todas as possibilidades de restauro e recolocação nos trilhos dos (oito, pelo que sabemos) bondes históricos. O interesse que o prefeito de Maricá diz ter nos bondes históricos de Santa Teresa aponta, claramente, para a possibilidade de restauro e operacionalização dos mesmos, a exemplo do que foi feito em Santos.

(Uma das propostas, levantada por uma moradora, sugere que sejam mantidos , com a devida manutenção, os trilhos antigos no trecho Guimarães – Largo das Neves e que a Linha Paula Matos volte a circular com bondes históricos e “Frankensteins” restaurados. Seria uma maneira de se manter vivo o último sistema de bondes históricos urbanos do país.)

A questão da utilização de reboques nos horários de pico, como maneira de ampliar a capacidade operacional do novo sistema e de reduzir, ao máximo possível, o número de ônibus que circulam pelo bairro.

A necessidade de se garantir que os trechos de calçamento com paralelepípedos permaneçam calçados da mesma forma e de se garantir que o trecho da R. Almirante Alexandrino, acima do Cine Santa até a Praça Odilo Costa Neto, volte a ser calçado com paralelepípedos, como era antes da troca de trilhos, tal qual previsto pelo contrato assinado com o Consórcio Azvi-Elmo e tal qual indicado pela regulamentação da APAC de Santa Teresa.

A necessidade de se encontrar maneiras de restaurar o meio-fio e a sarjeta na Rua Joaquim Murtinho, de modo a garantir a segurança dos imóveis que ficam a jusante da encosta e a segurança dos pedestres que se utilizam do passeio. E a necessidade de se evitar que o mesmo aconteça em outros trechos da obra.

TÓPICOS QUE NÃO FORAM MENCIONADAS POR FALTA DE TEMPO, MAS DEMANDAM REFLEXÃO E DEBATE

A questão do enterramento da fiação elétrica e dos cabos de telefonia no bairro, e a consequente redução do número de postes que atravancam as calçadas.

A questão da balaustrada do Largo do Guimarães que deve ser restaurada com urgência.
A questão de um investimento especial em segurança, nos trechos onde a obra acontece que, como se sabe, podem se transformar em verdadeiras armadilhas para os moradores.

OBSERVAÇÃO: Esta síntese foi elaborada com base em gravação integral da reunião, que se encontra em mãos da AMAST