Um rápido histórico
- Há muito anos que a AMAST reivindica, junto às mais diversas autoridades (Governo Estadual, IPHAN, INEPAC, MP Federal e Estadual) a realização de um inventário rigoroso de tudo o que faz parte do Sistema de Bondes de Santa Teresa (Bondes, maquinário, ferramentas, estrutural física, paradas, estações, Museu do Bonde, etc.). Muita coisa já havia sido descartada ou doada sem o devido
- O INEPAC, que tombou o sistema nos anos 80, nunca fez esse esforço.
- Ao longo dos últimos três anos, montamos uma Panela de Pressão (no site do Meu Rio) que recebeu a assinatura de milhares de pessoas de todos os bairros do Rio de Janeiro.
- Montamos, além disso, também com apoio do pessoal do Meu Rio, uma câmera de vigilância através da qual pretendíamos controlar toda e qualquer saída de material das Oficinas da Carlos Brant. Os chamados “Vigilantes do Bonde” (internautas que se registravam como participantes da iniciativa) podiam acessar as imagens da câmara em seus computadores e, desta forma, ajudar no controle da movimentação de entrada e saída nas oficinas.
- Diante dessa pressão (e possivelmente também por conta de alguma resistência do INEPAC), o Governo do Estado desistiu da anunciada intensão de retirar os bondes e todo o equipamento das Oficinas da Carlos Brant, para poder fazer a reforma das oficinas que iriam, agora, receber os novos bondes. Houvera isso acontecido, sabe Deus onde o acervo do Sistema iria parar.
- Enquanto isso, os bondes antigos estavam expostos ao tempo, deteriorando-se, o que era claramente visível para todos que circulavam na Almirante Alexandrino entre o Curvelo e o Restaurante Espírito de Santa. Pressionado por denúncias públicas feitas por nós através do Facebook e de e-mails diversos, o governo, finalmente, decidiu cobrir os bondes antigos com uma lona azul.
Negociações
- Retomadas as negociações com o Governo do Estado, que haviam sido interrompidas durante a gestão do governador antecessor, Sr. Sergio Cabral, voltamos a insistir no tema do inventário.
- Conseguimos uma reunião no INEPAC, com o presidente do Instituto e a Secretária Estadual de Cultura. Acertamos que o inventário teria que ser realizado, mas o INEPAC dizia que não tinha dinheiro para isso. Seria necessário elaborar Termos de Referência para o inventário, orçar os custos da empreitada e buscar dinheiro.
- Os Termos de Referência foram feitos, mas junto com a equipe da Central fizemos opção por uma outra metodologia, desenvolvida pela própria Central. Após duas reuniões realizadas na sede da Central, ficou combinado que os trabalhos seriam iniciados no dia 9 de novembro de 2015, às 09:00 horas da manhã, na própria oficina da Rua Carlos Brant.Início dos Trabalhos
- Tal qual combinado, fizemos no dia 09/11/2015 uma primeira visita às oficinas e realizamos nossa primeira reunião de trabalho.
- Representando a Central estavam Mônica e Wagner. Representando a AMAST, Sergio Teixeira, Sergio Amaral, Paulo Saad e Jacques Schwarzstein. Posteriormente, uniu-se ao grupo o engenheiro Claudio, responsável pelo Setor de Eletricidade do Sistema
- Concordamos na ocasião que o trabalho será iniciado através da vistoria, avaliação do estado de todos os componentes e cadastro de 6 bondes mais antigos que estão nas oficinas e que, em seguida, seria feito o mesmo com os bondes especiais (Taioba, Palco e SOS).
- Para a realização do trabalho foi elaborada uma Ficha de Vistoria na qual deverão ser registradas todas as informações sobre cada um dos bondes (Ano de Fabricação, Número, Marca/Fabricante/Localização/Peso Estimado, etc..) Cada componente do Bonde (Elementos da Caixa, do Sob Estrado, da Tolda, dos Truques, do Salão, etc) serão vistoriados e qualificados de acordo com seu estado físico e de funcionamento. Peças faltantes também serão registradas.
- O primeiro preenchimento das fichas será feito por trabalhadores da própria oficina que farão a primeira vistoria de cada um dos veículos. Na sequência, as fichas devidamente preenchidas por estes funcionários serão verificadas pelos engenheiros da Central e por integrantes da AMAST. Se estiverem de acordo com o registro inicial feito pelos trabalhadores da oficina, deverão rubricar as fichas. Em caso contrário, deverão fazer suas ressalvas.
- A pedido da AMAST, deverão integrar a equipe responsável pela vistoria, os mais experientes mecânicos e carpinteiros da equipe do Sistema.
- A ficha poderá ir sendo revista e melhorada ao longo da caminhada. Os dados colhidos serão digitalizados e salvos em um banco de dados informatizado. Tentaremos agregar ao sistema de registro as plantas das peças e bondes mais antigos e mais novos, dos quais dispõem a Central.
- Imaginamos que a vistoria dos 9 primeiros bondes poderá demandar aproximadamente 3 meses.
- A segunda reunião de trabalho foi agendada para a segunda feira, 09/11/2015
Preocupações e próximos passos
- Importante sublinhar, contudo, a importância de zelar pela qualidade e pela presteza do trabalho a ser realizado.
- Importante destacar também que ainda temos pela frente uma longa caminhada. A luta pelo restauro e pela volta aos trilhos dos bondes antigos está apenas começando.