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Bonde

“Superlotação pode contribuir, mas não derruba bonde”, diz Crea

Engenheiro do órgão aponta indícios de desgaste de peças no veículo que descarrilou e matou cinco pessoas. Peritos estão no local

Anderson Ramos, especial para iG Rio de Janeiro | 28/08/2011 10:42

O engenheiro do Crea Luiz Antônio Cosenza analisou na manhã deste domingo o local do acidente com o bonde, em Santa Teresa, e disse que a superlotação do veículo, sozinha, não seria capaz de derrubá-lo.

Cinco pessoas morreram e 57 ficaram feridas após o bonde 10 descarrilar, tombar e colidir contra um poste na Rua Joaquim Murtinho, em Santa Teresa, na tarde deste sábado.

“A superlotação pode contribuir, mas não é suficiente para derrubar um bonde”, disse Cosenza, que fez uma análise independente.

A capacidade máxima dos bondes é de 32 pessoas sentadas, mais 12 em pé, além dos estribos laterais. O número total de mortos e feridos soma 62, 18 a mais que a lotação recomendada.

Neste sábado, o secretário de Defesa Civil, coronel bombeiro Sérgio Soares, admitiu que houve superlotação, e o secretário de Transportes do Estado, Júlio Lopes, disse que a superlotação é um “fenômeno cultural de Santa Teresa”

De acordo com ele, o Crea vai convidar engenheiros da empresa que administra os bondes em Santa Teresa para explicar como é feita a manutenção dos veículos sobre trilhos. “Os bondes têm 50 anos de uso e é preciso saber como é feita a manutenção”, afirmou o engenheiro.

De acordo com Cosenza, há “indícios” de considerável desgaste das peças.

Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil do Rio, estão no local desde o início da manhã para analisar as causas do acidente.

Eles fazem fotos e vistoriam a parte estrutural do bondinho para tentar identificar falhas que possam ter levado ao descarrilamento e à queda do veículo. O laudo deve sair em 30 dias. Nenhum perito falou com a imprensa.